Por Nayra Garofle
Se há uma profissão na área da saúde cujo mercado de trabalho só está crescendo é a de enfermeiro. De acordo com o Conselho Regional de Enfermagem do Rio de Janeiro (Conren-RJ), foram criadas vagas nos programas públicos de saúde da família. Já no setor privado, sugiram muitas clínicas para diagnóstico, redes de urgência e emergência, além de clínicas de internação. E o que é melhor, para quem se identifica com esta área, o contato com a profissão pode começar já no Ensino Médio, nos cursos técnicos.
Para atender a esta demanda, atualmente existem 61 cursos de graduação no estado, dos quais seis são públicos. Na década de 1980 havia apenas 30. Por outro lado, segundo a vice-presidente do Coren-RJ e professora de enfermagem da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Maria Terezinha Nóbrega, o estado do Rio possui a maior rede pública de saúde do país pelo fato de ter sido a capital da República até a década de 1960. Aqui estão instalados grandes hospitais da Marinha, Exército e Aeronáutica e seus ambulatórios.
"O mercado se diversificou também com o surgimento para técnicos e enfermeiros em indústrias, serviços de saúde do trabalhador, em plataformas marítimas, offshore", informa.
O estudante que pretende ingressar num curso técnico deve ter em mente que os mais indicados são aqueles que garantem estágio supervisionado em serviços com qualidade assistencial e se encontram em dia com suas obrigações legais junto à Secretaria de Estado de Educação. Os cursos têm duração média de 18 meses, com 1.200 horas de teoria e 600 horas de estágio supervisionado, e podem ser feitos durante ou após o Ensino Médio.
Atualmente, na Uerj, são 20 candidatos disputando uma vaga no vestibular. Universidades privadas, de modo geral, usam a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Enquanto a Uerj realiza uma prova de conhecimentos gerais e depois uma prova específica, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) usa como nota parcial o Enem e também realiza uma prova.
Segundo a primeira secretária do Coren-RJ, Glória Carvalho, o aluno de enfermagem deve ter capacidade de observação, gosto pelo trabalho em equipe, espírito solidário, capacidade em ouvir o outro e dialogar sem preconceitos. No Estado do Rio de Janeiro, há uma lei que fixa um piso salarial para auxiliares, técnicos e enfermeiros na rede particular. Os enfermeiros devem ganhar R$ 1.800.
"Nas instituições públicas existe o plano de carreira. O salário vai variar de acordo com tempo de serviço e gratificações. No Ministério da Saúde, por exemplo, a faixa salarial gira em torno de R$ 5 mil para enfermeiros. Essa realidade é bem diferente nos municípios e nos estados", explica.
Quais são as diferenças?
A diferença entre o técnico e o enfermeiro está no nível de formação. E cada um tem responsabilidades diferentes:
Técnico de Enfermagem - exerce atividade de nível médio, envolvendo orientação e acompanhamento do trabalho de enfermagem em grau auxiliar, e participação no planejamento da assistência de enfermagem. Deve participar do programa de assistência de enfermagem, orienta e supervisiona o trabalho em enfermagem como auxiliar e participa da equipe de saúde. Sempre com a supervisão de um enfermeiro. O curso tem duração de três anos e pode ser feito com o Ensino Médio de formação geral.
Enfermeiro - tem nível superior exerce todas as atividades de enfermagem e pode exercer direção do órgão de enfermagem e chefia de serviço e unidade de enfermagem. Entre outras tarefas, pode realizar partos naturais, organizar e dirigir serviços de enfermagem, cuidar diretamente de pacientes graves com risco de vida, trabalhar na prevenção e controle de infecção hospitalar. A graduação tem duração de cinco anos.
Para os graduados que desejam se especializar, atualmente há 44 tipos de opções na área de enfermagem, que atendem a demanda dos profissionais.
"Há desde cursos de pós-graduação em enfermagem obstétrica, neonatologia, enfermagem para unidades de terapia intensiva e enfermagem em saúde da família, gestão de homecare e enfermagem em cardiologia, só para citar alguns bastante procurados, até enfermagem aeroespacial", garante a conselheira do Coren-RJ, Maria da Luz Gomes.
Há também a especialização em residência em enfermagem. Ela pode ser feita até dois anos após o fim da graduação e os candidatos são admitidos através de concurso. Enquanto especialização em áreas determinadas pode ser feita à noite, em horários mais flexíveis, a residência pede dedicação exclusiva. Os alunos selecionados recebem uma bolsa no valor médio de R$ 1.900,00, com 40 horas semanais, de acordo com o piso nacional do residente.
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